Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu pêlo,
e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado
não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,
busco o som líquido de teus pés no dia.
Estou faminto de teu riso resvalado,
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,
quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.
Quero comer o raio queimado em tua beleza,
o nariz soberano do arrogante rosto,
quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas.
e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo
buscado-te, buscando teu coração ardente
como um puma na solidão de Quitratúe.
Pablo Neruda
hum... que intenso.
ResponderExcluiressa fome...
^^
glutona!
ResponderExcluirlindo texto!
me creerias que vivo cerca de la casa donde vivio Pablo Neruda?.. la casa se llama La Sebastiana y es muy conocida :)
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