sábado, 24 de julho de 2010

A Chuva...


Não sei explicar ao certo, mas a chuva me proporciona sensações únicas. A chuva tem o poder de despertar em mim vários sentimentos, pensamentos enquanto ela cai com todo seu explendor e segue molhando cada centímetro de flor, folhas, árvores, grama, terra, pessoas, animais e casas.

O vento sopra mais forte e frio, frio que arrepia a pele. Sopra o vento que parece uma orquestra com vários sons, com ajuda de frestas de janelas e portas, de árvores com suas folhas, enfim o som suave e melancólico, como um som de uma viola em meio a noite, em meio ao sonho, fazendo uma trilha sonora perfeita.

A chuva me dá vontade de escutar Billie Holiday e dançar bem lentamente, bem suave pela sala, enquanto o som se mistura com o da chuva, tornando uma simbiose perfeita, o som da chuva tem um poder hipnotizante, de estar debruçado na janela só para vê-la cair e depois deitar na cama para pensar na vida.

A chuva combina com café quente e forte, combina com vinho e canela, combina com amor e beijos, mas também com a solitude e o desejo. A chuva me lembra amor, me lembra abraçar o amado mais forte, pra tentar sentir uma alma na outra, carinhos sem fim, uma sensação deliciosa...

A chuva me lembra um bom filme com pipoca, comer brigadeiro caseiro com os amigos, lembra gargalhadas, lembra histórias de terror contada pelos mais velhos na tentativa de assustar as crianças com o faz de conta. Chuva que embala os casais enamorados, a se refugiarem debaixo dos cobertores e trocarem beijos apaixonados.

Chuva que cai em meio ao jantar na varanda, chuva que cai em meio ao passeio no parque, chuva que nos faz correr de mãos dadas, correr e rir ao mesmo tempo, chuva que cai para pôr fim em uma briga de namorados e selar a paz com um longo beijo, assim escorrendo chuva e amor pela pele, lábios e roupas.

Chuva que cai em meio ao futebol no campinho, o cair numa poça formado pela água da chuva, sujar a roupa com a terra, e mesmo assim a felicidade invadir o coração, pois os amigos estão ali, a nossa família escolhida, ou junto com a nossa família de fato, por que não todos juntos no mesmo lugar?

Chuva que espaha o cheiro de fruta fresca pelo sítio, que dá vontade de ir ao pé mais próximo e comer a fruta com o sabor incomparável da alegria e mais puro da fruta.

Tudo isto vêm a minha mente, tudo isto despertado pela magnífica manifestação da natureza, do poder da Grande Mãe. São lembranças de um passado não tão distante, lembranças da infância, são hábitos meus, são desejos, parte dos meus pensamentos, do que anseio, do que chamo de felicidade pura e completa.

Em minha solitude vejo detalhes, presto mais atenção em coisas simples, dita pequena por alguns, que para mim torna-se um prazer. Um dos meus favoritos prazeres...

A chuva transforma minha solitude em inspiração para construir textos como estes, sonetos, fazer planos para minha vida, idéias, certo, às vezes choro com a chuva, fico triste, penso que é o fim, que não tem como certas coisas darem certo, penso nele, penso, sinto-me um pouco distante de tudo, começo a dedilhar as cordas do violão, a tocar melodias medievais, depois músicas desconhecidas, sem lógica, ao léu, mas mesmo assim bonitas e suaves, originadas da minha mente.


Agora irei dormir ao som da chuva...



Por. J. Marques

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Soneto do Interno


O que posso fazer se sinto um imenso vazio em mim?
Como se eu já tivesse vivido uma vida inteira,
como se sentisse de uma só vez sentimentos de uma vida,
o que fazer quando perder o sono de várias noites?

Sinto que o ar tenta fugir de mim por instantes,
sinto como se todos olhassem para mim com pesar,
como se dissessem ela ri em demasiado para cobrir o vazio,
ela tenta parecer feliz sempre para que não lamentem.

Sonho com parques, café quente na varanda, jantar, dança a dois,
rosas, vinho, mãos dadas, grama verde, lençóis, verdade e realidade
penso e sinto bem forte que algo mudará em breve.

Por enquanto eu escrevo, faço versos, toco, penso, planejo e construo
o meu caminho, a minha vida, e estou tentando ser feliz e
estar bem com as coisas mais simples que me são prazerosas.



Por J. Marques

domingo, 11 de julho de 2010

Despedida


Vejo que o fim se aproxima aqui e nada mais igual restará nesta vida, tudo que ficará são sonetos, palavras, versos em um caderno e silêncio. Meu aroma irá se esvair quando o primeiro orvalho molhar a terra.

Foram sonhos, planos, dor e amor caindo como folhas secas, enquanto a mim só ficaram as palavras, que se tranformavam em um dom de expressar sentimentos em linhas, o correr de minhas lágrimas como pérolas ao chão, meu coração aos poucos deixando-se invadir pela tristeza, cada vez mais sozinha, cada vez mais em minha própria companhia, cada vez mais me perdendo em mim mesma.

Me acalentando em meus próprios braços, enxugando minhas próprias lágrimas, tentando curar a mim mesma em vão... caindo em um esquecimento profundo. Perdida em meus pensamentos, perdida em você, perdida no mundo, perdida em meus passos em busca de ti, em busca de mim, a ver que cada dia mais o vento me levava para longe e longe eu fui.

Estou em uma luta incansável em busca de esperanças, mas eu não as vejo ainda...

Meu coração está cansado, minha alma também, meus pés cansados, desejando não mais estar em agonia, não mais sofrer, desejando não mais estar inquieta a cada dia em vão...

Irei partir, não sei se para sempre, quero ver o que me aguarda, estou indo em busca de mim mesma, me descobrir, saber do que realmente gosto, deixar para trás tudo aquilo que é um fardo pesado demais para carregar, e se for preciso te deixar para trás, se isso for o melhor, se isso for uma parte de minha cura... Mas se estiveres em meu caminho mais uma vez, então saberei minha resposta.

Definitivamente vou partir, vou para terras longíquas, decidi não mais deixar meu coração tornar-se quebradiço...



Adeus!

Por J. Marques

sábado, 10 de julho de 2010

Pés descalços no parque


O frescor da brisa matinal soprava leve naquele parque
Grama úmida e verdejante se extendia como tapete...
Os passos são vagarosos até achar um lugar perfeito
Mãos unidas pelo laço do amor e pés descalços

Estamos a caminhar juntos com cumplicidade e carinho
Olhares brilhantes como diamante e sorrisos largos
Que dia mais explêndido e o calor ameno como um abraço
Como é bom estar ao teu lado Amor... Minha razão!

Lugar ideal, toalha completamente entregue na grama verde
Um abraço terno e o toque muito profundo dos nossos lábios
Conversa, afagos, risos, promessas, sonhos, realidade e rosas

Olhava para ele e algo vibrava em mim: era a minha alma
Tua pele como pêssegos maduros e teu cheiro de sândalo
Beijo com sabor doce do mais completo e infinito sentimento.



Cenário de um sonho bom...

Por J. Marques