sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Doce Engodo


O acaso é uma sorte que pode ser linda e também ser horrenda,
particularmente o acaso me agrada e ele me faz aprender sempre,
mas o acaso me feriu, ele me fez sentir uma estranha dor e lamentos,
uma dor da qual eu não imaginava sentir... uma dor muito antiga.

Quem detém o controle sobre o acaso? Quem sobrevive a esta loucura?
Vos digo: Não eu... Não eu! Meus caros... Resta-me juntar os pedaços,
juntar as cinzas de sonhos desfeitos, coração partido e lágrimas caídas
de um ser marcado por tudo que é belo e ao mesmo tempo triste a final.

Por que se submeteu ao fantasioso... ao cauteloso... ao medo de sentir,
não se entregou a coragem... se entregou a espera do que nunca chega,
não chega para mim e já dizia Nietzsche "viver com cautela é perigoso".

Sim! perigo de um doce engodo... de algo que se tornou areias do tempo,
algo do que não vai acontecer, por que passou e eu não o vi passar,
e por que isso? Por que senti como um punhal afiado atravessando o peito?

Por J. Marques