domingo, 26 de abril de 2009

Áspero Amor


Áspero amor, violeta coroada de espinhos,
cipoal entre tantas paixões eriçado,
lança das dores, corola da cólera,
por que caminhos e como te dirigiste a minha alma?


Por que precipitaste teu fogo doloroso,
de repente,entre as folhas frias do meu caminho?
Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?
Que flor, que pedra, que fumaça mostraram minha morada?


O certo é que tremeu noite pavorosa,
a aurora encheu todas as taças com teu vinho
e o sol estabeleceu sua presença celeste,


enquanto o cruel amor sem trégua me cercava,
até que lacerando-me com espadas e espinhos
abriu no coração um caminho queimante.



Pablo Neruda
**New Life**

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Soneto da Calmaria


Quando pensei que o meu mundo estava a desabar...
Que não tinha mais forças para me reerguer...
Que meu sofrimento e choro não cessariam...
Estava completamente enganada!


A Vida me mostra agora que é possível seguir...
Que é possível tu dar um fim em qualquer sofrimento...
A Dor não passa assim... ela permanece mas com pouquíssima força.
Agora provo para mim mesma que sou capaz de tudo!


Renasci das cinzas como fênix...
Tornei-me nova como a flor matinal...
Tornei-me fresca como o orvalho...


Renasci por um motivo...
Para continuar sendo feliz acima de tudo...
E quem sabe não és tu a curar-me a dor de uma vez?




Um Brinde a Renovação... E a Felicidade!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Perda


14/04/2009


Pensava que diante de tanta ausência, distância... na verdade abandono se aplica. Que isso tudo me faria inerte a perda, que me anularia a dor, que me anularia a compaixão, que me anularia o amor, que todos os meus sentimentos fugiriam simplesmente e eu me tornaria uma fortaleza.

Queria que isso pudesse ser verdade... sofreria menos não é? Ah! mas estava completamente enganada. Diante da perda tu não controlas mais os sentimentos, eles vêem como uma cachoeira, com muita força e pureza.

Você não finge sentimentos... demonstra o que tem que demonstrar!


Não tenho muito o que escrever... Não tenho do que sentir saudade! Ou eu tenho?

Não sabia muitas coisas dele, sua música favorita, sua comida preferida, a cor que mais gostava, o lugar que o fazia estar bem... só sabia que ele tinha um espírito viajante, gostava de andar pelo mundo, ele conheceu muitos lugares isso temos em comum o gosto pela viagem ou seria o gosto pela liberdade?


Essa ausência que muito me doeu pela infância... agora irá doer mais pois agora ele se faz ausente de vez e para sempre.

Confesso!! Confesso!!

Diante da perda me fez sentir saudade dos momentos que não passei e dos momentos que não irei passar... Sei que guardo um único bom momento, uma tarde agradável na casa dele e sentindo os carinhos que ele dava em minha mão e depois um afetuoso beijo no rosto.


Confesso novamente!! Eu o amei mesmo com toda a distância... meu coração por um tempo se cobriu de raiva e ficou ali vivendo numa simbiose de amor e raiva.


Agora nada mais resta... Nada mais!

Pai que encontres a paz no seu espírito... que evolua e aprenda com os teus erros nesta vida.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Chuva, Vinho e Velas


Já era noite e começara a chover... Logo um clima frio e sombrio se apossou da casa, andei por ela acendendo velas e o cigarro que estava em uma das mãos. Sentei-me em frente a varanda e dei um gole seco do vinho na taça que brilhava com as luzes das chamas flamejantes.

Aquele clima da casa estava me pondo a pensar na vida, de tudo que havia se passado até aquele instante... De repente senti um aroma, um perfume doce, ah aquele aroma me fez recordar um tempo bom que irá deixar saudades ou melhor já está a deixar, eu já sinto a saudade. Mais um gole de vinho e mais lembranças... me dirigi ao meu quarto, pego meu caderno de anotações e leio as cartas que não enviei a Ele, pensamentos, devaneios de uma alma e coração que transbordava amor.

Por que essas lembranças não me largam afinal? Por que eu não paro de escrever? Por que devo continuar a escrever sobre isto ainda?


Por que ainda sinto recente, ainda sinto o teu aroma, o cheiro da tua pele impregnada em mim, o som da tua voz dizendo meu nome...


-A chuva cessou! - disse em voz alta.


Resolvi escrever mais um vez, não vou forçar a parar, vai cessar quando tiver que o fazê-lo, é como uma sede que não acaba, é como um vício... Ah que vício maravilhoso é escrever, ter o dom das palavras, mas palavras com sentimentos, pois se não for assim de nada valem!

Me veio a pergunta: "Sentes arrependida?" -Não! - prontamente respondi em voz alta ao silêncio de minha casa. -Não me arrependo de nada do que eu vivi! Foi lindo!


Ah! Que vinho delicioso! - Adoro o silêncio de minha casa, posso pensar melhor, e as chamas das velas, o gosto do vinho são sublimes como o gosto da canela no jantar.

Volta a chover! Agora o som da chuva irá me pôr a dormir...

domingo, 5 de abril de 2009

Lembranças


Meus dias se consolidaram em uma busca de lembranças
Lembranças que trazem a tona um tempo feliz
Um tempo que fui levada pela correnteza do amor
Um tempo que me sentia plena e completa


Como era bom sentir o cheiro da pele dele

Aquele perfume que me entorpecia...
Aquele jeito de homem forte, mas porém delicado...
Daquele amor que ele me dava...


Daquelas promessas de amor...
De depoimentos de amor feitos...
Das carícias trocadas noite afora...


Dos pequenos desentendimentos bobos...
Dos risos e sorrisos de felicdade...
Agora só me resta lembrar de tudo com amor para sempre.




"O amor por alguém é para sempre, os relacionamentos não"

Dedicado a Ele... Amor que passou em minha vida!

Adeus...