domingo, 21 de junho de 2009

Amor...


Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em Taltal não amanhece ainda a primavera.

Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa das raízes,
juntos de outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.

Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações.

tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos,
com todos confudidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa os cravos.


Pablo Neruda



"Este soneto se aplica muito bem... descreve os caminhos até vc chegar ao teu Amor que antes julgavas quase impossível de se realizar, mas o mundo dá voltas e os Deuses fazem dos caminhos inóspitos passagem para se chegar ao paraíso"

domingo, 7 de junho de 2009

Anjo


Acredita em anjo?
Pois é, sou o seu
Soube que anda triste
Que sente falta de alguém
Que não quer amar ninguém
Por isso estou aqui
Vim cuidar de você
Te proteger, te fazer sorrir
Te entender, te ouvir
E quando tiver cansada
Cantar pra você dormir
Te colocar sobre as minhas asas
Te apresentar as estrelas do meu céu
Passar em Saturno e roubar o seu mais lindo anel
Vou secar qualquer lágrima
Que ousar cair
Vou desviar todo mal do seu pensamento
estar contigo a todo momento
Sem que você me veja
Vou fazer tudo que você deseja
Mas, de repente você me beija
O coração dispara
E a consciência sente dor
E eu descubro que além de anjo
Eu posso ser seu amor.
Composição: Saulo Fernandes/Leonardo Reis

sábado, 6 de junho de 2009

Soneto Noturno


Me encontro no silêncio da noite
Levo meu olhar à Lua e as estrelas...
A brisa noturna toca meu rosto com leveza
e me recordo de teus olhos negros e vivos

Teu sorriso sombrio... como a noite chuvosa
Tua pele... como pêssegos maduros
Tuas mãos trêmulas e delicadas
Teu aroma doce... me enebria e chego ao transe

Vives em mim, em meus sonhos e pensamentos
Agitas o vulcão que habita em mim...
Lhe daria o melhor do meu âmago...

Deixa-me curar-te as feridas do caminho?
Deixa-me seguir-te e ficar do teu lado?
Diz-me amor meu... sou tua! Leva-me onde quiseres!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

À Deriva do teu mar...



Me sinto como um barco à deriva em teu mar...
Sem saber ao certo por onde seguir, e mantenho-me inerte
Daí vem as tempestades, ventos e ondas gigantes...
Que me movem... me abalam... e simplesmente cessam.

Continuo ali em meio do seu imenso mar...
Ansiando a suavidade do vento que me tocará de leve a pele
Docemente buscar a calmaria do teu mar
e poder tocar-te sem medo algum...

Como quero envolver-te numa brisa marítima
com o aroma metálico e relaxante...
E que o tempo parasse nesta hora e isto se tornaria eterno!
Quero cura-te... limpar teus medos e provar teu real sabor.
Quero tua calmaria e felicidade... por muito tempo
Sentir tua consistência, teu peso e beijar-lhe a boca salgada.
Für Dich...