Fome

Tenho fome... Mas, aquela fome que consome os que amam,
que nos deixam tontos e um tanto quanto febril, que faz com
que o corpo vibre, estremeça e sinta uma vontade tão voraz
de pêlo, pele, corpo, suor, saliva e fluidos a escorrer...

Fome de me enroscar em teu corpo esguio, de emaranhar-me as
mãos no teus cabelos, passear minha mão e segurar teu membro.
Fome de te estimular até o ápice do seu prazer, que teus gemidos
sejam tão fortes e intensos...

Fome de sugar teu âmago, percorrer minha língua por teu corpo,
perder o fôlego, deixar os corpos moles, embebidos de prazer, de
puro Amor, coisas infinitas, coisas de pele, coisas do desejo puro,
coisas minha e dele, nos nossos corpos e vidas feito para nos encaixar.

Balões

Estes mistos de aroma que aqui permeam, que impregnam minhas narinas e me faz
querer entrar em um transe... Agora me fazem lembrar do momento que ainda não
foi vivido.
E uma xícara de café em uma manhã de sexta-feira tão sem cor e tão silenciosa...
A chuva caindo e não me falta vontade de ir-me com os pingos caindo sobre a terra.
O vento tão forte... que me faz ter tanto frio, mas um frio tão inexplicável...
Caminho em direção ao espelho e vejo quase uma pintura surreal... muitas marcas
deixadas atrás... e somente um olhar fixo e um coração de tinta.
Para que pensar? Pegue o pincel e vá devagando sobre o tecido... escorregue em cada
centímetro a cor que está faltando no teu dia e voe... voe como balões ao vento!
Voe neste dia nublado... e não retorne como antes!