sexta-feira, 7 de junho de 2013

A carta da Lua

Demorei para escrever! Estava tão preocupada em sentir... Em querer enlouquecer! Ah sei lá, é tão confuso e complexo que ainda meio que catatônica percebo que, tão logo uma ventania passou e levou consigo a lua que estava o tempo todo agarrada a mim... Mas eu sou parte da lua não? Então ela vive um pouco em mim... Ou apenas eu trocaria o nome da lua e passava a chamá-la de sonhos, de esperança, de algo que se tornou surreal e... apenas eu posso pensar: sinto muito, entregar a vida ou apenas abrir a mão e deixar que a ventania leve tudo... desapegar!!

As palavras sumiram... foram dar um passeio por aí. As palavras distorcem como cordas de guitarra... E eu me encolhi... Será que eu não prestei atenção naquela nota que escapuliu? Será que não fui atenta a partitura que estava ali bem em frente aos meus olhos... Poderia sentir a textura do papel, da impressão, tentar ouvir o silêncio das pausas...

Não. Eu não sei o que poderia fazer. Creio que nada! Daí veio a chuva e manchou a partitura, eu só pude ver a tinta escorrendo como lágrimas que se contorcem e pinga em um imenso vazio... E vem aquela sensação de solitude... tão avassaladora que minha alma não se aguenta em pé! Minha alma agora se arrasta... se pudesse ela não estaria mais por aqui. Mas sei lá! Não sei do quanto ela pode aguentar... nem eu sei o quanto eu posso.

Na verdade, é uma tentativa por todos esses dias esconder a dor...



Continua...