quinta-feira, 9 de abril de 2009

Chuva, Vinho e Velas


Já era noite e começara a chover... Logo um clima frio e sombrio se apossou da casa, andei por ela acendendo velas e o cigarro que estava em uma das mãos. Sentei-me em frente a varanda e dei um gole seco do vinho na taça que brilhava com as luzes das chamas flamejantes.

Aquele clima da casa estava me pondo a pensar na vida, de tudo que havia se passado até aquele instante... De repente senti um aroma, um perfume doce, ah aquele aroma me fez recordar um tempo bom que irá deixar saudades ou melhor já está a deixar, eu já sinto a saudade. Mais um gole de vinho e mais lembranças... me dirigi ao meu quarto, pego meu caderno de anotações e leio as cartas que não enviei a Ele, pensamentos, devaneios de uma alma e coração que transbordava amor.

Por que essas lembranças não me largam afinal? Por que eu não paro de escrever? Por que devo continuar a escrever sobre isto ainda?


Por que ainda sinto recente, ainda sinto o teu aroma, o cheiro da tua pele impregnada em mim, o som da tua voz dizendo meu nome...


-A chuva cessou! - disse em voz alta.


Resolvi escrever mais um vez, não vou forçar a parar, vai cessar quando tiver que o fazê-lo, é como uma sede que não acaba, é como um vício... Ah que vício maravilhoso é escrever, ter o dom das palavras, mas palavras com sentimentos, pois se não for assim de nada valem!

Me veio a pergunta: "Sentes arrependida?" -Não! - prontamente respondi em voz alta ao silêncio de minha casa. -Não me arrependo de nada do que eu vivi! Foi lindo!


Ah! Que vinho delicioso! - Adoro o silêncio de minha casa, posso pensar melhor, e as chamas das velas, o gosto do vinho são sublimes como o gosto da canela no jantar.

Volta a chover! Agora o som da chuva irá me pôr a dormir...

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