domingo, 21 de junho de 2009

Amor...


Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em Taltal não amanhece ainda a primavera.

Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa das raízes,
juntos de outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.

Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações.

tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos,
com todos confudidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa os cravos.


Pablo Neruda



"Este soneto se aplica muito bem... descreve os caminhos até vc chegar ao teu Amor que antes julgavas quase impossível de se realizar, mas o mundo dá voltas e os Deuses fazem dos caminhos inóspitos passagem para se chegar ao paraíso"

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